Os Percalços de uma Conquista - XIX Capítulo


UM É POUCO, DOIS É BOM, TRÊS É DEMAIS




Osmar estava indeciso quanto àquele envolvimento com Gleice, por ter certeza que se comprometeria com ela, como a maioria das mulheres que passaram em sua vida. Ele era um homem romântico e namorador que gostava de manter suas conquistas por longo tempo e isso poderia acrescentar algo mais em seus problemas passionais. A sua mulher estava grávida e o seu caso com Leny ainda mal resolvido, eram alvos de suas preocupações e motivos da falta de sexo com regularidade. E essa carência de sexo começou a pesar a favor de Gleice naquele momento, mesmo ele concordando com a expressão relacionada ao amor das mulheres, que "um é pouco, dois é bom, três é demais". E ele, naqueles últimos tempos, praticamente estava sem nenhum amor de mulher para dar e receber os carinhos de que tanto gostava nas horas íntimas e sensuais.

Com Gleice ao seu lado no banco do carona com lágrimas nos olhos, cara de poucos amigos e muda como uma pedra, Osmar continuou dirigindo incomodado com o mau humor da moça. Pensou, primeiramente, deixá-la em casa, livrar-se dela definitivamente e terminar ali algo que mal havia começado. Mas, ao passar pela rua na qual ela morava, não parou diante do seu endereço e seguiu viagem, pensando principalmente em tirar o seu atraso. A rapariga estranhou e questionou ainda magoada por sentir-se dispensada pelo rapaz no restaurante:

- Para onde você está indo? Eu moro aqui! Esqueceu onde eu moro?

- Não esqueci não. Mas não posso deixá-la aqui aborrecida comigo. Rebateu de pronto Osmar, completando: - A última coisa que quero nesta vida, é perder a sua amizade. Não suportaria o seu desprezo e a sua distância...

- Também penso da mesma maneira. Concordou Gleice, refutando e querendo saber: - Mas isso não é motivo para não me deixar em casa. Para onde você está me levando?

- Para um lugar que vai tirar todas as nossas dúvidas, se assim você quiser...

- Se é para o lugar que estou imaginando, você sabe muito bem que não é de hoje que sempre esperei por isso. Mas acho que não devo. Não quero os seus carinhos dessa maneira. Quero-os inteiros, chegados com muito amor e não por pena de mim, meu querido.

- Não estou com piedade de você, mas querendo apenas esclarecer esse mal-entendido. Vamos resolver logo isso para avaliar nossos sentimentos.

- Mas hoje não. Perdi a vontade. E olha que a vontade era muita, ouviu! Cheguei para aquele encontro no restaurante, cheia de caraminholas na cabeça.

- Mas esse negócio de vontade ou falta de vontade a gente vai resolver agora. Decidiu Osmar sem parar de dirigir o carro, naquele momento pegando a subida da Serra Grajaú-Jacarepaguá. Eles passaram pelo “Cabana da Serra”, excelente e conhecido ponto de degustação no alto da montanha, mas não pararam. A moça ainda tentou interromper aquele passeio surpreendente do rapaz mas, após algumas discussões e recusas da parte dela para ir em frente, viu-se diante da recepção de um hotel na descida da serra, com o pedido de Osmar reservando uma suíte completa com garagem.

- Você está maluco? Não deveria fazer isso. Não quero estar aqui. Já lhe falei que perdi o encanto e você estragou tudo ao me rejeitar. Leve-me embora, porque nada vai acontecer. Determinou a moça com autoridade.

- Tudo bem. Se você não quer, nada vai acontecer. Não vou forçá-la a nada. Mas pelo menos, vamos subir para conversar e curtir um pouco o ambiente. Rebateu Osmar, agora incentivado com a recusa da moça. Ele sempre se excitava numa situação dessas. Adorava virar o jogo perdido e com aquela decisão negativa e não esperada da ex-colega de trabalho, a sua vontade cresceu.

- Só vou subir porque você vai ter que pagar a conta. Mas não quero demorar. Devolveu Gleice mostrando desconforto.

Osmar arriou a porta da garagem e passou a chave na entrada da suíte, após os dois subirem um pequeno lance de escadas até o ambiente, que foi descortinado após o rapaz acionar o interruptor e iluminar o espaço. Não era um lugar desconhecido por Gleice, que sempre frequentou aquele tipo de acomodação em suas saídas ou fugidas com Gilson, seu último namorado e amante. Mas ela não deixou de reparar no maior conforto daquela suíte, em comparação com os outros locais que havia estado. O quarto era espaçoso com espelhos no teto, na parede acima da cabeceira e em frente à cama. Na parede lateral virada para a área externa, um jogo de cortinas encobria e escondia uma janela corrediça, sem deixar de expor uma poltrona adaptada para posições sexuais e o aparelho de ar condicionado que foi posto para funcionar imediatamente. Na outra parede lateral, duas telas com imagens eróticas se exibiam ao lado de um pequeno guarda-roupa com cabides. No centro, uma enorme e convidativa cama redonda arrumada divinamente com colcha e travesseiros aromatizados, diante do aparelho de TV instalado um pouco abaixo do teto. Em outro espaço, ainda ao lado do quarto e separada por uma porta envidraçada, a banheira de hidromassagem adaptada com bomba e dispositivo para regular a temperatura e movimentos da água, era um convite irrecusável. Por fim, ao lado da entrada e da saleta do ambiente, encontrava-se um banheiro completo com espelho, ducha quente e todo o conforto.

- Aqui estamos minha querida, no lugar inesquecível que lhe prometi quando deixei a sua casa naquele dia. Começou Osmar se justificando e tentando mudar o humor da acompanhante.

- Realmente é um lindo ambiente, mas que você aproveite sozinho. Pode ficar à vontade que não vou interferir. Rebateu Gleice acomodando-se vestida na cama e acionando o controle remoto da televisão.

- Mas eu gostaria que você interferisse e participasse... Pare com esse rancor e deixe a mágoa pra lá. Eu quero que você seja a Gleice que eu conheço.

- Mas esta é a Gleice que você ainda não conhece. A Gleice que também tem amor próprio e sabe se valorizar. Não quero ser digna de pena.
- Quanto a essa suposição, já expliquei antes e volto a repetir. Não estamos aqui por me sentir pesaroso com você, mas por querer realmente sentir todo o seu calor. Esqueça suas restrições e vamos aproveitar tudo que este lugar nos oferece.

- Poderemos até aproveitar, mas não hoje. Estou muito decepcionada com você. Vamos embora e deixar isso para outro dia.

- Então tá. Já lhe falei que não vou forçá-la a nada. Não vou insistir e o assunto morre aqui. Vou jogar uma água no corpo naquela ducha e você deveria, enquanto isso, abrir o frigobar e entrar naquela banheirinha. Relaxe e se acalme. Depois disso, prometo ir embora, sem lhe tocar e sem ressentimentos. Agora quem não quer sou eu.

Osmar, sem qualquer pudor, tirou toda a sua roupa e caminhou totalmente despido para o banheiro, acompanhado e admirado por Gleice. Aquele corpo atlético e musculoso coberto por uma pele morena tostada do sol deixava sobressair os volumosos pelos que invadia o seu peito a partir da sua pelve. O seu caminhar foi seguido pelos olhares indiscretos da moça, num momento muitas vezes desejado por ela. Mas aquela última frase dele, parecia o fim daquele sonho.

Osmar deixou cair aquela água morna que relaxou o seu corpo e quarenta minutos depois, ao retornar ao quarto, encontrou Gleice da mesma maneira que a deixou. Ou seja: ainda deitada na cama com a sua roupa no corpo. Gleice ignorou o rapaz com os olhos voltados para a TV e, com aquela situação imprópria para aquele aconchego, Osmar não viu outra atitude, senão se vestir para ir embora.

- O que você está fazendo? Admirou-se Gleice diante daquela ação do rapaz.

- Estamos indo embora. Infelizmente, tenho que reconhecer que nós dois destruímos esse dia. Dia cheio demais para a minha paciência. Vou pedir a conta.

- Espera aí! Não faça isso! Venha até aqui! Correu Gleice receando a perda do rapaz, tirando o telefone da sua mão e colocando-o no gancho. E, quase ao mesmo instante, trouxe-o até a cama.

- O que é isso agora? Já perdemos muito tempo aqui! Rebateu Osmar com impaciência, com a roupa mudada e pronto para sair.

- É que o nosso relacionamento não deveria acabar assim. Se você quer ir embora, então me prometa outra chance. Implorou Gleice com arrependimentos.

- Também acho. Se você quer assim, assim será. Vamos tratar disso em outra hora...

- Porque não hoje então? Vamos aproveitar que já estamos no embalo...

- Caramba! Agora gostei da sua fala. Assim você me mata! Nem imagina a seca que estou passando...
- A seca é nossa meu amor... Vamos jogar água nelas e umedecer os campos... Vamos esquecer nossas rusgas e vem pra mim...

Gleice se jogou no pescoço do rapaz e não largou a sua boca com beijos quentes e molhados. Suas mãos percorreram o seu peito e o seu dorso como quisesse encontrar alguma semente invisível entre seus pelos sedosos. Ela, sem largar seus lábios, começou a desnudar o rapaz com sofreguidão e, como se estivesse fora de si, tirou e jogou a sua camisa para o lado e afrouxou o seu cinto. Ainda com o rapaz em pé, ela foi descendo com a sua boca até arriar aquela calça que guardava o seu prêmio. Osmar não reagiu e ficou sem forças para recusar tudo aquilo. Ela se ajoelhou diante dele e segurou algo duro e latejante, por dentro da sua sunga. A moça colocou Osmar no alto do pedestal, por fazer este sentir prazeres nunca antes recebido. Sua mão segurava e agitava o seu membro, enquanto sua língua passeava por aquelas virilhas cabeludas. Suas bolas eram tocadas e giravam em sua boca como se fossem balas de mel. Ainda segurando aquele roliço, ela continuou umedecendo suas coxas até colocá-lo de vez na sua boca, deixando-o encostar em sua garganta. Osmar deixou ela agir à vontade com sugadas maravilhosas e passadas de língua ao redor da cabeça rosada e quente daquele membro inquieto. Ele foi às nuvens e não se importou quando ejaculou dentro daquela boca carnuda cheia de dentes. Gleice recebeu aquele gozo com satisfação e deixou-o escorrer para dentro de si, como se fosse o último alimento que iria matar a sua fome. Ela se sentiu feliz por ter provocado aquele prazer em quem sempre desejou e não se importaria se aquela noite terminasse ali.

- Pronto. Está sequinho e limpinho. Comentou Gleice colocando a sunga do rapaz no lugar, sugerindo: - Agora podemos ir embora, estou satisfeita.

- Como ir embora? Como estar satisfeita? Reagiu Osmar com indignação e determinando: - Você vai continuar aqui comigo, porque esta noite é nossa!

- Mas não vai ficar tarde para você? Não quero prejudicá-lo e nem lhe causar aborrecimentos em casa. Preocupou-se a moça.

- Isso é problema meu. Sei o que estou fazendo. Rebateu Osmar caminhando e colocando a hidromassagem para funcionar.

Osmar retornou para perto da moça e a pegou no colo levantando-a pelas pernas, aproveitando para encobrí-la de beijos sufocantes retribuídos freneticamente por ela. Gleice era uma pequena mulher de feições atraentes que traziam em seu rosto pontos inconfundíveis como a boca larga, os lábios carnudos e os olhos vivos de um negro brilhante. Ela estava doida para se entregar, porque já havia se passado um bom tempo que não se aliviava e, agora, encontrava-se ali diante de alguém muito desejado. Mas, mesmo assim, não deixou de fazer charminho e jogo duro, por ter certeza que quando ela quisesse, Osmar não a dispensaria dentro daquele ambiente tão atraente e cheio de erotismo. E ele, entendendo perfeitamente aquele jogo dela de querer e não-querer, resolveu entrar naquele clima de sedução que tanto o incentivava. Ela adorava sentir-se dominada, subjugada e indefesa naqueles momentos íntimos e resolveu provocá-lo exatamente para receber a atitude imobilizadora que tanto esperava da parte dele.

E Osmar não perdeu tempo, apesar de tudo que ela havia proporcionado para ele há poucos instantes. Com Gleice dizendo vários nãos aos toques do rapaz, mas pedindo com os olhos para continuar, o rapaz se empolgou e resolveu agir para dar vazão à sensação que estava sentindo. Apenas de sunga e novamente excitado, se jogou para cima da moça ainda vestida, procurando pontos livres para seus carinhos. A rapariga rejeitava e se debatia mostrando que não queria, mas permitia que os beijos e a língua do rapaz rodeassem o seu pescoço e as suas orelhas, que acendiam luzes excitantes dentro do ninho que ela carregava entre as suas pernas.

Gleice suspirava de prazer e foi se entregando aos poucos, até que Osmar levantou a sua saia e tirou com ímpeto e sofreguidão, o último empecilho que impedia sua entrada. E. como se fosse um macho forçando sexo à força com qualquer fêmea, imobilizou-a com o seu peso, venceu a sua frágil resistência e invadiu aquela porta úmida e carente com volúpia e sem compaixão da sua presa. Ela gemia e suspirava quando ele encostava em seu fundo e isso o animava a forçar cada vez mais, como quisesse dar o golpe de misericórdia a um inimigo indefeso. Os gritos e gemidos de prazer de Gleice lhe excitavam tanto que, não parar e continuar movimentando mais rápido, era como se ele estivesse próximo de vencer uma corrida. E foi exatamente aquela corrida prazerosa que levou os dois juntos em disparada à chegada, quando Osmar rompeu a fita no mesmo instante que misturou a explosão do seu gozo com o clímax de prazeres daquela pequena e adorável mulher.
- Que loucura, meu amor. Só você mesmo para entender minhas frescuras e manias. Adorei quando você me atacou e me possuiu com roupa e tudo. Chegou direitinho aonde eu queria. Fui aos céus e voltei com a sua atitude de macho me possuindo à força. Elogiou Gleice toda relaxada.

- Mas adorei tudo também, minha querida. Você é muito carinhosa e experiente. O seu sexo oral será inesquecível e vai deixar saudades. Devolveu Osmar com os olhos brilhantes e sorriso nos lábios, completando: - Mas a noite é longa e quero mais. Vamos tomar um banho e entrar na hidromassagem.

Osmar já se encontrava a alguns minutos na ducha. quando Gleice chegou completamente sem roupas. O rapaz a abraçou por trás e começou a percorrer o sabonete naquele corpo "mignon" de pele aveludada. Enquanto aqueles seios pequenos de bicos rosados, já um tanto flácidos, desapareciam entre os dedos ensaboados do rapaz, seus quadris avantajados carregados por belas coxas grossas sem estrias, se movimentavam à procura de algo de Osmar que a ameaçava tocar por baixo. As mãos inquietas do ex-colega não paravam de arrepiar o corpo da moça naquele banho a dois, ao mesmo tempo que a sua língua sensualizava e acariciava suas costas. A sensação de prazer era imensa e Gleice adorou quando ele chegou ao final da sua coluna querendo invadir algo próximo que ela preservava. Mas, mesmo desejando, ela recuou e evitou aquela intenção do amante, afastando-o e abraçando-o de frente e aos beijos. Osmar entendeu, mas gostando do clima, aproveitou para extasiar o momento com uma de suas ações preferidas, ao colocar e roçar um de seus joelhos entre as pernas da moça. Ela recebeu e gostou daquele golpe ainda não conhecido que voltou a arrancar suspiros e gemidos daquela mulher louca para ser possuída novamente. Possuída sim, mas não ali naquela situação, quando ela se afastou e implorou: - Vamos para a banheirinha, que teremos mais espaço. Quero curtir você bem gostoso.

- É mais relaxante mesmo. Mas antes preciso me recuperar. Devolveu Osmar com ironia.

- Recuperar o quê? Eu nunca vi nada igual! Você já está com o "circo armado" de novo, mesmo com "duas exibições" bem recentes. Que coisa incrível! Admirou-se Gleice.

- É que a dona do circo é excelente e está sabendo animar o espetáculo. A sua pele é sedosa e me deixa cada vez mais vivo. Excitação pura. Elogiou Osmar.

- Mas eu gosto disso, não estou reclamando não. Vou para onde você me levar. Ver estrelas... Sou toda sua nesta noite... Entregou-se a moça.

- Entre na hidro enquanto eu peço algo pra gente lanchar. Tem cervejas, refrigerantes e outras bebidas no frigobar. Sirva-se à vontade. Determinou o rapaz, ao deixar o chuveiro junto com a moça.

Os dois deram um tempo para o lanche e enquanto se aliviavam na água morna, espumante e movimentada daquela sofisticada banheira, os toques indiscretos continuavam entre um petisco e outro, no meio de suas conversas que, como sempre, foram iniciadas por Gleice ao comentar: - Já não acreditava mais que isso fosse acontecer...

- Nem eu, minha querida, porque nunca foi essa a minha intenção. Confessou Osmar.

- Eu sei disso. Você nunca me viu como uma namorada, apesar de algumas vezes lhe dar a entender.

- Nunca entendi mesmo e sempre levei tudo na brincadeira. A sua maneira de não levar nada a sério me confundiu.

- Nos primeiros tempos não era nada sério mesmo, mas depois eu estava muito a fim de você.

- Estive várias vezes em seu apartamento e ficamos muito distantes. Prova evidente da nossa amizade, do respeito e da falta de atração mútua.

- Mas essa situação já não era a mesma de uns tempos para cá, principalmente da minha parte.

- Comecei a desconfiar disso naquele nosso último almoço no restaurante, logo após as minhas férias.

- Talvez por algumas insinuações ou tiradas sutis da minha parte, que pareciam brincadeiras mas que de brincadeiras não tinham nada.

- Entendi tudo e sabia muito bem, que a partir daquele momento você poderia ser minha.

- É mesmo? E por quê você não avançou o sinal? Eu ia adorar...

- Porque você estava comprometida com o Gilson, deixou-me com dúvidas e resolvi não levar o assunto adiante.

- Naquela época o Gilson já não fazia parte da minha vida. Queria trocá-lo por você. Ironizou Gleice às gargalhadas.

- Além de imaginar o seu caso com o Gilson, você sabe muito bem que eu estava em outra. Já andava enrolado com duas mulheres e conquistar mais uma seria demais. Poderia não dar conta. É aquele caso quanto o amor de mulher: "um é pouco, dois é bom, três é demais".

- E agora? Você continua com duas ou está aumentando o seu rolo comigo?

- Ainda não sei minha querida. Assunto complicado e mal resolvido. Vai depender de outra situação ainda a ser esclarecida.
- Já sei, vai depender da Leny não é mesmo? Não queria tocar no nome dela em nossas conversas, mas não tem outro jeito.

- Ainda dependo de uma posição dela com relação à criança. Não sei como será o meu relacionamento com ela daqui pra frente.

- Não posso deixar de reconhecer que ela é uma pedra no meu caminho. E reconheço, também, que a culpa é toda minha por ter aberto os seus olhos com relação a ela.
- Ou será você que passou a ser uma pedra no sapato dela? Já pensou nisso?

- Será verdade? Seria ótimo vencer esse jogo. Desde o momento que você se envolveu com ela, eu me senti jogada para escanteio. Nossos papos descontraídos, almoços e encontros em barzinhos passaram a ser raríssimos e a nossa amizade foi jogada um pouco de lado.

- Então foi por isso que você resolveu mudar a sua estratégia? Passou a me querer de repente?
- Não só por sentir falta da sua amizade, mas porque precisava reconquistá-lo de alguma forma.

- E a forma foi esta? Não posso dizer que não gostei... Ironizou Osmar.

- Isso mesmo. Quando senti que estava lhe perdendo, resolvi agir com as mesmas armas. Confessou Gleice.
- E que armas! Armas maravilhosas! Quero ser rendido de novo. Ironizou mais uma vez o rapaz.
- Tentei chegar mais próximo de você em certas ocasiões dando a entender minhas intenções, mas você sempre recuava com desculpas esfarrapadas. Reclamou a moça.

- Mas muitas vezes foi difícil me segurar. Além de gostar muito de sexo, você é muito envolvente e uma bela garota.

- E perdemos muito tempo com isso... Como lamento não ter usufruído antes da delícia que acabei de saborear...

- A delícia aqui é você meu amor. Mas vamos pensar daqui pra frente. Precisamos aproveitar o pouco tempo que teremos disponíveis.
- Seja o tempo que for, estarei sempre pronta pra você. Sempre imaginei e hoje eu comprovei como você é competente. O seu lado discreto, calado e sem alardes com relação às mulheres, para mim, era um pano de fundo para facilitar suas conquistas. Geralmente, homens assim, se transformam e mostram o seu lado animal e possessivo no momento de buscar o seu gozo. E eu adorei muito esta sua forma de me possuir. Com volúpia, vontade e tesão como tanto gosto.

- Mas não é só isso. Quero você inteirinha e por todos os lados. Quero descobrir o que você gosta e como gosta.

- Mas cuidado para não tocar aonde eu não gosto. Tenho as minhas restrições...

- Mas o bom é fazer você passar a gostar do que não gosta. Já identifiquei este ponto e vou tentar...
- Nunca ninguém conseguiu, porque me machuca. Não quero nem desejo esta experiência... Combinado assim?

- Vamos deixar isso pra lá, porque só acontecerá se você quiser. Não vou forçá-la a nada.

- Isso mesmo. Continue sendo o cavalheiro que eu conheço, com aquele seu jeitinho sutil de conseguir as coisas. Chegando de mansinho e comendo aos poucos pelas beiradas, você sempre acaba lambendo os pratos. É o seu jeito cativante de chegar aonde quer.

- Se o meu jeito é cativante, então eu tenho esperanças... Rebateu Osmar com o seu sorriso característico.

- Quem sabe? O tempo e a nossa convivência é que vão mostrar alguma coisa. Mas, falando em convivência, o que você pretende fazer se a Leny confessar que o filho é seu e quiser reatar a relação?

- Quanto ao filho eu vou assumir o papel de um pai. Quanto à mãe, vou procurar um entendimento em prol da criança.

- Saiu pela tangente, hein! Rapaz esperto! Mas a sua resposta não deixa dúvidas que você ainda gosta dela e que será difícil dizer não.

- Vamos deixar este papo pra lá, que não é o momento. Estou aqui com você e é você que me interessa agora.

- Só agora? Eu quero você outras vezes. E quando você diz que duas mulheres é bom e três são demais, eu preciso saber em qual desses números eu estou.

- Desculpa-me por dar a entender que o meu interesse por você é só neste momento. Não penso assim e vou querer este aconchego muitas vezes mais. Mas a vida corre e cada dia é uma surpresa. Hoje você está no número bom, porque entendo que a número três não existe. A Leny saiu do circuito e a número um não está em boas condições físicas para satisfazer as minhas vontades.

- Compreendo que a número um tem cadeira cativa e que essa você não tira do lugar, mas tenho as minhas dúvidas quanto a parte que eu vou estar se a Leny quiser reatar.

- Volto a pedir... Vamos deixar este papo pra lá que aqui o nosso caso é outro. Quero curtir bastante tudo que vem de você. Sentir o seu corpo, a sua pele, o seu calor e os seus suspiros. Venha aqui meu amor... Determinou Osmar trazendo a moça para si nas batidas das águas espumantes.

Osmar acomodou o corpo nu e molhado da moça à beira da piscininha, mas deixando-a deitada em parte e com as pernas livres dentro d'água. Ele então acariciou tudo com a sua boca a partir dos pés, dedos e calcanhares da rapariga, causando arrepios em todos os seus pelos que estavam logo acima. A moça suspirava com aquela língua quente, indecente e indiscreta que foi subindo por suas pernas, coxas e virilhas, que lhe provocou longos gemidos quando ele chegou ao ponto máximo ao prender em sua boca um apêndice saliente e todo excitado na porta da sua entrada. Osmar sensualizou e provocou tanto aquele carocinho, que Gleice adorou liberar os rápidos e constantes orgasmos cheios de prazer que estava sentindo.

Mas com ela ainda se refazendo de seus prazeres e bastante sensível a outros toques, Osmar puxou as pernas da moça mais pra dentro da piscina e de pé com a porta da amante escancarada, invadiu aquela entrada mais uma vez com a sua chave rígida, roliça, espessa, quente e latejante. Seus movimentos rápidos eram incentivados pela recepção que aquela porta lhe proporcionava, com algo ainda não experimentado por Osmar. A entrada de Gleice era pequena, rasa e estreita e, com o sexto sentido de se defender, ela provocava constantes apertos naquilo que lhe arregaçava as entranhas. Ela sentia dores prazerosas quando ele roçava por dentro de seus lábios e quando ele tocava em seu fundo com frequência e rapidez. Ela pedia para parar por estar muito extasiada, mas ele continuava cada vez com mais intensidade.

O gozo de Osmar lavou aquela entrada e sem sair de dentro, ele subiu pra cima da moça ainda no chão, imobilizou-a com suas mãos e calou seus gemidos com seus beijos. Osmar passou a ser o dono daquela casa e dormiu dentro dela quando se arrefeceu. Ficou assim bem agarradinho com ela, até a moça sentir, após quase uma hora, algo crescer de novo dentro de si e se movimentar querendo mais. E ela adorou ter sido possuída mais uma vez, pois entendia que nada é mais sublime do que ver estrelas brilhando de olhos fechados.

- Que maravilha tudo isso meu amor... Nunca me senti tanto amada em minha vida. Elogiou Gleice.

- Eu também estou muito feliz por ter você aqui. Você tem algo diferente que me cativou muito. Devolveu Osmar.
- É mesmo meu amor? O que lhe agradou tanto?

- Não sei como você consegue me sugar e me apertar por dentro. Parecia até que você estava me pegando com a mão.

- É a maneira de me defender. Comprimi as pernas para impedir que você chegasse ao fundo e causasse as dores que eu estava sentindo.

- Mas tudo me pareceu que eram dores prazerosas. Gemidos gostosos de ouvir.

- É que eu tenho vários orgasmos na relação. São muitos que acontecem até nas preliminares.

- Que bom pra você. Gozar é ótimo. Mas eu notei também outro presentinho que você tem. Um pontinho bem saliente que sobressalta bastante pra fora.

- Esta marca é que me deixa sensível demais. É só tocar que eu me entrego. E na penetração então é demais com ele sufocado sem espaço no vai-e-vem.

- Que maravilha! Eu senti a reação dele ao ser tocado com a minha língua. Parece até que cresceu um pouquinho.

- E cresce mesmo. Às vezes fica até um pouco durinho. Mas isso me incomoda.

- Não me incomodou nem um pouco, porque adoro ver uma mulher gozar bastante por minha causa.

- E eu também fico contente quando consigo ordenhar o leite de um homem. E esta noite você já explodiu várias vezes. Não sei como você aguenta.

- É que o leiteiro estava muito carente e atrasado nas entregas a domicílio. Mas o frasco já esvaziou bastante.

- Não fale de carências não meu amor, porque o meu atraso era grande. Imagine eu nesta situação com todo fogo que me envolve. A falta de sexo me deixa nervosa e mal-humorada.

- Mas acho que agora a gente colocou as nossas contas em dia. Foi maravilhosa esta noite com você.

- Foi mesmo, Osmar. Mas eu vou querer repeteco várias vezes. Não me abandone, por favor.
- Como posso abandonar algo que me faz bem? Vou querer você outras vezes também.

- Quero sentir de novo você crescer dentro de mim. Nunca vi nada igual. Colocar leite na porta duas vezes sem sair de dentro. Você não existe!
- É que eu adoro descansar, relaxar e até cochilar bem agarradinho com a minha amada, sem me desgrudar da sua fonte de prazer.
- Essa foi mais uma surpresa adorável, além de outras que recebi aqui. Será que você ainda tem outros truques?

- Não são truques. São formas de buscar satisfações pra mim e para a minha parceira. E acredite, fico muito feliz quando eu consigo provocar na mulher o clímax prazeroso do sexo.
- Realmente, você vai fundo e não para até conseguir. Mas comigo, não sei se você reparou, não precisa muito esforço não. Sou uma mulher acesa.

- E é assim que eu gosto. Mulher aberta, participante e fogosa. Sem frescuras, com entregas e boa de jogo.

- Mas hoje acabou meu amor. Estou extasiada, satisfeita e sem forças para continuar. Vamos recomeçar outro dia.
- Também acho. Hoje você me destruiu e não tenho mais gás. Vamos nos aprontar para irmos embora.

- Vamos sim meu querido, que já está bastante tarde. Já estamos perto das 24h00min. A patroa lhe espera.

Os dois tomaram um banho, se arrumaram e saíram após Osmar acertar a conta. Osmar, com Gleice ao seu lado com muitos carinhos e olhos brilhantes, pegou de volta a serra e estacionou o carro bem próxima ao endereço da moça. Eles desembarcaram após ele trancar o veículo e caminharam juntos até a entrada do prédio da rapariga. Gleice acionou o porteiro e estranhou quando Osmar a acompanhou, quando perguntou: - Você não vai embora? Já está bastante tarde.

- Como lhe disse antes, a noite é nossa. Hoje eu vou pernoitar aqui. Determinou Osmar para surpresa da moça.

- Caramba! Será mais um truque? Qual é a sua rapaz?

- Depois eu explico. A não ser que você não queira...

- Claro que eu quero! Vamos subir. Determinou Gleice acionando o elevador.

Mas o que será que vai acontecer? O que deu na cabeça de Osmar para não voltar para casa?

É o que veremos no próximo capítulo: "CAMINHOS OPOSTOS"






8 comentários:

  1. Leitura envolvente. Prendeu-me do começo ao final do capítulo. Parabéns caro Escritor. Detalhes que fazem toda a diferença ao escrever um conto de amor.
    Seu romance está ótimo.

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  2. 19/02/18 16:18 - Lucimar Alves

    Nossa parabéns por esse capitulo. Vc esta fazendo um trabalho
    brilhante.

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  3. 20/02/18 09:11 - O Poeta Pensador Cearense

    Bravo. Texto adorável de ler , prende a atenção do início ao fim

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  4. 20/02/18 14:35 - Maria Augusta da Silva Caliari

    Menino, tirei o chapéu.Tua página é uma beleza.Pura criatividade.Vou
    acompanhar na janela romance.Um abração e o meu carinho, menino
    poeta.Linda tarde.

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  5. 20/02/18 15:22 - Fábio Brandão

    Personagens cheios de conflitos interessantes,enredo bem amarrado e
    conduzido com um ganho bem legal para uma continuidade...Um abraço e
    felicidades...

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  6. 21/02/18 15:22 - Rosa Alves

    Sua escrivaninha é sempre um primor! Sempre nos apresentando um
    belíssimo trabalho! Grata pela honra de sua visita e comentários tão
    gentis!
    Abraços afetuosos!

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  7. Luiza De Marillac Bessa Luna Michel
    Date: qua, 27 de mar de 2019 14:17
    Subject: UM É POUCO, DOIS É BOM, TRÊS É DEMAIS.
    To: Luiza De Marillac Bessa Luna Michel


    Querido Poeta Olavo:

    Dois personagens ardendo em amor. Gosto de cerejeiras nos desencontros -- E de nozes, nos encontros desejosos. Amantes, que se entrelaçam nos mistérios das promessas. Dois pesos, em um só êxtase, fluindo carícias, como canções. Em pétalas tingidas de rubro, terceiro personagem é um alvo... Seria de adeus ou de uma espera lenitiva? Só sei que adorei esse capítulo. Deixo meus melhores parabéns. E beijos poéticos, da Luiza.

    Meu querido Olavo:

    Boa tarde - Estou lendo alguns capítulos, da janela novelas. Estou adorando...

    Deixei o comentário acima e outro aqui em particular para você, querido.

    Te beijo e te abraço em saudade marcada.

    Dou-te meus versos em sinal de grande admiração e louvor.

    E AMOR!!!

    Ser amante é ter o sabor dos doces poemas escondidos...
    É ser a musa do eterno desejo; a pura flor do querer.
    Uma agonia que acalma,
    Uma dor que dar prazer,
    Um querer no outro querer,
    Ser a "borboleta errante"
    E vagar no jardim da emoção mais louca...
    Ser rainha de um só rei***** Olavo....

    Sua Luiza

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  8. 23/04/19 20:57 - António Souza

    Osmar é deveras um pegador... rsrsr é preciso andar de lado com ele...
    rsrsr... vamos em frente, não me parece vá se dar bem... Vamos em
    frente. Merece destaque a boa performance dos diálogos. Muito bom!
    Parabéns, abraços!

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