Os Percalços de uma Conquista - X Capítulo


DOIS FRUTOS





Enquanto naquela quinta-feira (21/07), Leny se preparava para o seu casamento religioso no próximo sábado, Osmar estava retornando para casa após suas férias em Fortaleza. Na sexta-feira, com muitas saudades da menina, sem se identificar e com outro tom de voz, tentou falar com a moça e não conseguiu. Gleice atendeu a ligação e informou que a colega fora liberada do trabalho naqueles dois últimos dias da semana para resolver assuntos particulares. Seu final de semana foi reservado para descansar da viagem e colocar os seus compromissos em dia. Osmar, no entanto, não conseguiu se desligar da imagem de Leny naquele final de semana, ansioso que estava pra revê-la na segunda-feira. E, ao lado de Yolanda em sono profundo, passou a noite daquele domingo sem pregar o olho com o pensamento mirado na amante que, por sua vez, também não conseguiu dormir preocupada com a notícia a ser dada ao rapaz.

Na segunda-feira, ao chegar ao trabalho, os dois foram recepcionados pelos colegas. Osmar foi cercado por eles para relatar suas férias em Fortaleza e Leny parabenizada pelo seu casamento que, muito sabiamente, havia anunciado aos colegas antes que a barriga começasse a aparecer. E no meio dos abraços e falatórios daquela gente toda, Osmar, bastante surpreso, entrou na onda e desejou felicidades à moça sem disfarçar o seu constrangimento.

O dia na empresa transcorreu normalmente e os dois só se comunicaram sobre os assuntos de trabalho, evitando comentários entre si das suas vidas pessoais. Gleice, desconfiada e sem captar algo com suas antenas ligadas, convidou e conseguiu levar Osmar para almoçar fora:

- E aí meu querido amigo? Já estava morrendo de saudades... Quanto tempo faz que a gente não se encontre para almoçar e bater aquele papo gostoso? Começou Gleice logo ao acomodarem-se à mesa do restaurante.

- Verdade. Também sinto a sua falta. Mas dessa vez quem paga o almoço é você. Além de chegar com os bolsos vazios das férias, quem convida dá banquete. Ironizou Osmar.

- Com muito prazer, você sabe disso. Não só este almoço, como também aqueles agradáveis chopinhos após o expediente das sextas-feiras.

- Agradáveis mesmo. O seu modo expansivo e irreverente amenizava muito as minhas tensões do trabalho. Sinto falta das suas piadas e gargalhadas que mudavam o meu humor.

- E lá em casa? Não foram poucas as vezes que saímos do trabalho, passamos no supermercado, preparamos um lanche reforçado e ficamos assistindo TV jogando conversa fora aconchegados em minha cama.

- Você até parecia ser a minha mulher. A minha patroa como se diz. Brincou Osmar com um sorriso nos lábios.

- E nessas horas, não passavam algumas caraminholas pela sua cabeça?

- Às vezes sim. A carne é fraca. Mas sempre me segurei para preservar a nossa amizade.

- Que pena! Se soubesse, teria incentivado o caminho para essa carne fraca. Ironizou novamente Gleice às gargalhadas.

- Você continua me instigando... Você sempre imagina isso mesmo quando estou lá com você?

- Ah! Até que... Pensando bem... Os prós e contras...

- Às vezes eu ficava preocupado com o Gilson, seu namorado, tocar a campainha comigo lá dentro.

- Ah! Deixa o Gilson pra lá!

- Como está ele? Já não o vejo há algum tempo.

- Ele também gosta de você. O Gilson tem família e não tenho esperanças. A gente se encontra de vez em quando e temos liberdade para fazer o que quisermos, com muita transparência e sem cobranças.

- Mas não cairia bem se ele nos encontrasse no seu apartamento. Não iria acreditar que nada há entre nós.

- Já estou com o Gilson há dois anos. Eu sei que ele faz das deles e não ligo. Por isso, nunca quis saber por onde eu ando, para aonde eu fui e o que estou aprontando. Sou livre para fazer o que bem entender. Ainda mais que no meu apartamento mando eu. Ali só entra quem eu quero.

- Ainda bem que eu considero o Gilson como amigo.

- Como assim?

- É que mulher de amigo meu para mim é homem. Ironizou um sorridente Osmar.

- Então só tem duas maneiras: ou eu termino com ele ou você deixa de ser amigo dele. Devolveu Gleice ainda às gargalhadas.

- Você, como sempre, muito espirituosa. Vou levar na brincadeira.

- Brincadeira não. Estou falando muito sério. Você me entende... Mas vamos deixar o tempo passar. Agora, conte-me sobre as suas férias.

- Excelentes. Muito proveitosas. Minha família adorou aquela cidade aconchegante que é Fortaleza. Elogiou Osmar.

- As suas filhas também foram? Ainda são pequenas não é mesmo?

- Não podíamos deixá-las aqui. Divertiram-se bastante.

- Dizem que lá existem praias lindas...

- Não só as praias. Todos os dias, o guia de turismo nos buscava de manhã para passear por pontos interessantes da cidade junto com outros excursionistas.

- Sempre desejei conhecer Fortaleza. Quem sabe um dia!

- Valerá a pena qualquer sacrifício. Do jeito que você é não faltarão divertimentos.

- Gostaria mesmo de conhecer esses lugares que você curtiu.

- Depois de reveladas, mostrarei pra você as diversas fotos dos lugares e momentos que registramos.

- Vou querer ver mesmo. Mas, escuta aqui, as crianças não atrapalharam a sua nova lua-de-mel? Instigou Gleice com um sorriso irônico e em busca de novidades.

- Lógico que não! Cansadas dos passeios, elas caíam direto na cama e dormiam a sono solto.

- E o papai e a mamãe também ficavam cansados?

- Também. Mas a gente conseguiu programar o nosso tempo.

- E sobre a novidade? O que você está achando? A Leny se casou no sábado passado. Instigou Gleice mudando de assunto e tentando alguma revelação do colega.

- Surpreso. Mas ela estava noiva e isso é uma situação normal. Devolveu Osmar demonstrando indiferença.

- Ué! Você não sabia? Ela nunca lhe contou sobre isso nas suas caronas?
- Contou sim, que estava com o enxoval quase pronto. Mas não mencionou datas. Disfarçou Osmar entendendo aonde a moça queria chegar.

- Estranho ela não lhe contar. Apesar de tudo, já notei que vocês estão muito próximos.

- Você não é mole não! Que mulherzinha curiosa é você!

- E você continua o mesmo. Admiro-o pela discrição que você dá à sua vida. É difícil tirar algo de você e descobrir os seus segredos.

- Dizem que é a alma do negócio, não é mesmo. Finalizou Osmar logo após pagar a conta do almoço. Ele era um cavalheiro e nunca permitiria dividir despesas com mulheres. Mania de pai pra filho.

No caminho de volta para a empresa, Gleice sentiu-se frustrada por não conseguir o principal motivo do almoço: captar algo de Osmar quando soubesse do casamento de Leny. Mas ele, além de esconder a gravidez da sua mulher Yolanda, mostrou-se indiferente sobre as núpcias da amante, deixando a moça na dúvida sobre o relacionamento dos dois.

O expediente no trabalho se encerrou como sempre às 17h30min, todos saíram e Osmar ficou só resolvendo algumas pendências do serviço atrasadas pelas férias. Meia hora depois, o seu ramal toca. Era Leny:

- Você ainda vai demorar muito? Estou lhe esperando desde quando saí.

- Pra você não tenho hora. Espere-me no estacionamento que já estou indo. Devolveu um eufórico Osmar.

- Leve-me daqui. Implorou Leny na chegada do rapaz.

- Você quer ir pra onde? Quis saber Osmar com ansiedade, ao abrir a porta do carro e acomodar a moça no banco ao seu lado.

- Primeiro preciso ir à faculdade. Tenho que dar entrada na minha matrícula para a cadeira de psicologia. As aulas começam agora em agosto.

- Então você foi classificada? Que ótimo! Torci muito por você. Meus parabéns.

- Mas, a que eu queria mesmo, a UERJ, não consegui. Era a minha preferida por ser uma universidade estadual gratuita e muito mais conceituada.

- Seria o melhor pra você mesmo. Mas não desista, tente de novo no final do ano.

- Não vai dar. Mas quero lhe dizer uma coisa.

- Diga meu amor.

- Não gosto nem um pouquinho quando a Gleice fica lhe cercando. Eu sei muito bem que vocês foram almoçar hoje.

- Aceitei o seu convite e só não lhe chamei para resguardar o nosso segredo.

- Mas eu sei muito bem o que ela deseja além de bisbilhotar a nossa vida.

- Você está grilada à-toa. Já lhe disse que nunca houve nada entre a gente. Ela tem alguém e somos apenas bons amigos.

- Mas eu garanto que, da parte dela, o sentimento não é só de amizade. Ela já deixou isso bem claro pra mim.

- Conheço a Gleice há tanto tempo, que ficaria até sem jeito com qualquer envolvimento diferente. Nem imagino uma situação dessas. Não se preocupe e esfrie a sua cabeça.

- Mas o que rolou no almoço? Imagino que o meu casamento esteve na berlinda. Não foi?

- Se foi isso, ela saiu frustrada. Nada perguntei, mesmo quando ela comentou o caso. Falei mais sobre as minhas férias. Conheço a garota não é de hoje e sabia que ela estava querendo pescar algo sobre nós.

- Ela é muito esperta e não vai sossegar até descobrir o que está se passando entre nós.

- Mas deixe isso pra lá e conte-me: porque não vai tentar o outro vestibular no final do ano? A formatura através da UERJ tem um peso muito maior.

- É que no final do ano vou estar muito enrolada com meus problemas...

- Como assim? Que problemas são esses que eu não possa ajudar?

- Não se importe. Vamos deixar pra conversar sobre isso e outras coisas após a minha matrícula.

- Inclusive sobre o seu casamento? Que história é essa?

- Principalmente sobre isso. Finalizou Leny.

Osmar ainda esperou Leny por cerca de quarenta e cinco minutos, quando ela voltou com a comprovação da matrícula nas mãos. Dirigiu-se ao rapaz que estava aguardando-a no hall dos elevadores do segundo andar e sentenciou: - Tudo resolvido. Podemos ir agora?

- Pra onde você quer ir? Posso deixá-la em casa.

- Veja bem Osmar. Antes de sair de férias, eu lhe disse que você voltaria diferente. E agora estou vendo que não me enganei.

- Como assim diferente? Não estou lhe entendendo...

- Você sabe muito bem pra onde me levava ao invés da minha casa!

- Mas é tudo que eu quero nesse momento. Muitas saudades de você. Mas agora...

- Agora eu sou uma mulher casada, é isso? É isso que você estava querendo dizer?

Osmar calou-se, acionou o carro e partiram. Como estivesse à procura de algo perdido num amontoado de coisas parecidas, Osmar entrou no mesmo hotel conhecido pelos dois, como se fosse guiado pelo seu subconsciente. Leny deixou-se levar pela necessidade de esclarecer as coisas e, principalmente, por estar carente dos carinhos e toques que há quase um mês não recebia.

Logo ao adentrarem na suíte, Leny atirou sua bolsa sobre a cama e jogou-se aos braços de Osmar chorando copiosamente. Com suas mãos envolvendo a nuca do rapaz, o seu rosto marcava com lágrimas, soluços e palavras inaudíveis a camisa social que cobria o peito ofegante do amante. Ela mostrava-se descontrolada, nervosa e muito tensa. Osmar envolveu-a em fortes abraços mostrando carinho e consideração, enxugando suas lágrimas e acariciando seus cabelos "black power". Ficaram agarradinhos no meio do ambiente por quase dez minutos, até Leny se acalmar e parar de chorar. Mas foi ela que quebrou o gelo: - Desculpa-me meu adorado, mas estava precisando de um desabafo desses. Só eu sei o que passei com a sua ausência. Muitas lágrimas foram derramadas por sentir-me só e desamparada.

- Mas também senti muito a sua falta. Cheguei a ligar de Fortaleza preocupado. E do jeito que você me atendeu, acredite, entristeceu bastante as minhas férias.

- Deu pra sentir como eu estava? Muita pressão e problemas que surgiram após aquela última vez que nos vimos no final de junho. A sua notícia de férias em cima da hora, foi uma explosão em meu peito.

- Aquele dia também me deixou agoniado pela sua reação, fugindo de mim ao procurá-la.

- Mas deixar pra resolver isso depois. Agora eu preciso relaxar. Determinou Leny silenciando a boca de Osmar com seus beijos intermináveis, pedindo com olhares apaixonados: - Venha, faça-me feliz como só você sabe fazer.

Osmar jogou a menina na cama e foi tirando suas roupas com bastante vontade e desejos. Enquanto suas mãos iam liberando botões e libertando fechos, sua boca ia percorrendo as partes que, aos poucos, ficavam descobertas de seu corpo. Sua língua quente acompanhava a nudez da menina que ia aparecendo com suas vestes cada vez mais arriadas. Chegando aos seus pés, Osmar massageou com maestria seus dedos e tornozelos deixando Leny aliviada com a sensação de tranquilidade que estava sentindo. Mas Leny queria mais: - Venha meu amor, abra a fechadura da minha porta com a sua chave-mestra. Só ela sabe o meu segredo.

E Osmar atendeu com satisfação não só abrindo a fechadura, como invadindo aquela porta cheia de saudades. Ele sentiu sua chave umedecer várias vezes dentro daquela entrada e junto com os gemidos da garota, depositou seu prazer dentro daquela toca sensível e apetitosa. Seu leite jorrou mas Osmar continuou se movimentando naquela entrada com sofreguidão, atendendo aos apelos de Leny para continuar e não parar. Osmar, com muito sacrifício e vontade, conseguiu manter sua chave rígida e molhada por mais algum tempo, até abastecer outra vez aquela abertura. Excitado com os gemidos prazerosos de Leny, Osmar recebeu o orgasmo da garota com ela presa em seus braços num longo beijo.

Com Leny relaxada e satisfeita, Osmar levantou-se, ligou o som, abriu as torneiras da hidro e determinou: - Vou pedir algo pra gente comer. O que você prefere?

- Um lanche rápido. Não posso demorar muito aqui.

- Está bem. Descanse um pouco meu amor, enquanto eu tomo uma ducha.

E foi o que ela fez embalada ao som que vinha da Rádio 98FM, numa programação especial com músicas orquestradas pelos excelentes maestros Henry Mancini, Frank Pourcel, Glenn Miller, Paul Mauriat, Percy Faith, Frank e Ray Conniff e outros. A menina se acalmou mais ainda e chegou a cochilar com as maravilhosas e fascinantes obras que chegavam aos seus ouvidos.

Mas, não demorou muito, os dois entraram na hidro e se deliciaram com aquela água morna e espumante borbulhando e relaxando seus corpos nus. Mas foi nesse momento, com as orquestras acalentando seus sonhos e o lanche reforçado saciando suas fomes, que Osmar quis saber: - Que história é essa de casamento meu amor? Não faz nem um mês quando lhe vi pela última vez e você nada comentou.

- Porque naquele dia eu nem pensava nisso. Na verdade, não queria.

- E os nossos colegas souberam antes de mim. Fiquei surpreso quando me contaram a novidade. Porque tanta pressa? E quem é o felizardo

- O felizardo é o Alexandre. E a pressa é porque "eu estou grávida".

- Como é que é? Sobressaltou-se Osmar, lembrando da mesma notícia da sua mulher Yolanda na semana passada em Fortaleza.

- Depois que eu descobri que estava com dois meses, entrei em parafuso. Não sabia o que fazer. Naquele nosso último encontro eu já andava desconfiada e, quando pretendia lhe contar, você veio com aquela notícia das suas férias.

- Mas deveria ter contado mesmo assim. Você saiu às carreiras, deixou-me falando sozinho e fiquei sem saber que era essa a sua preocupação. E por que o Alexandre?

- Porque meu pai exigiu que ele se casasse comigo e assumisse o filho. Foi uma loucura a reação dele, quase invadindo a casa de seus pais para cobrar esse compromisso.

- Mas ele pode não ser o pai;

- E não é. O pai é você! Tenho certeza absoluta que o pai é você!

- Como assim, se você estava tomando as pílulas?

- Eu andei esquecendo algumas vezes de tomá-las e fiquei menstruada dois dias depois daquela noite horrível com o Alexandre.

- Então não está certo. Os seus pais sabem disso?

- Não, mas a minha mãe está bastante intrigada pelas contas que ela fez.

- E você acha justo pra nós dois e para a criança, que ela seja registrada por outro? Que decepção meu amor, essa não esperava de você.

- Então tá. Também acho que não é o certo e estou muito triste com tudo isso. O meu casamento de fachada foi só no religioso, uma vez que os proclamas ainda não foram oficializados para a união civil. Basta eu recusar perante o juiz e você assumir o seu filho com todo o seu direito, que a gente dá outro enredo pra esta história.

- Não posso deixar você se unir a um sujeito desses. Não entendo porque o seu pai lhe obrigou e, o que é pior, como você se sujeitou a tanta humilhação.

- Sabe por quê? Porque não tive e nem tenho coragem de dizer pra ele, que este filho é de um homem casado com duas filhas pequenas para criar. Porque não vi outra solução para acalmá-lo e evitar que cometesse uma loucura. O meu pai exigiu o casamento às pressas.

- E agora você vai ter que morar com o Alexandre?

- Nunca, apesar de ele pensar que sim. Tenho nojo dele.

- Então você vai se casar só para justificar a sua barriga? É isso?

- Exatamente. Depois vamos ver o que acontece.

- O que vai acontecer querida, é que eu não vou deixar ele registrar a criança. Se a paternidade é minha, eu assumo.

- E o que você vai fazer? Vai registrar a criança e morar comigo? Vai montar casa pra gente?

- O que vou fazer ainda não sei, mas filho meu ninguém registra.

- Então está na hora de você acabar com esta farsa. A farsa desse casamento de dois dias atrás.

- Como assim? Qual a sugestão?

- Vamos até lá em casa agora e conte tudo para os meus pais. Diga pra eles que, mesmo casado com mulher e filhas, você quer acertar a situação e viver comigo. Seria ótimo, seria tudo que eu quero.

- Vamos acalmar os ânimos querida. Você está muito nervosa. Isso não é assunto pra se resolver dessa maneira. Precisamos pensar. Confie em mim. Já lhe disse que nunca vou deixá-la desamparada.

- Tudo bem, mas não posso aceitar suas críticas para o que foi decidido por mim e pelo meu pai. A decisão é essa, o casamento no civil deve ser oficializado pra daqui a um mês e você fique à vontade para revertê-lo.

Osmar levantou-se da hidro aborrecido, sem saber o que fazer e entrou debaixo do chuveiro. As águas mornas caíam em seu corpo vagarosamente, contrastando com a velocidade de seus pensamentos. A conversa pra ele terminara ali com aquele desafio de Leny, criando um impasse sem aparente solução, como se fosse um jogo de xadrez sem vencedor. Enquanto isso. Leny misturava sozinha suas lágrimas com outras águas mornas.

Osmar, após o seu banho, aproximou-se da moça pedindo para se aprontar para irem embora, atendendo o seu pedido de antes para não se atrasarem. A moça levantou-se ainda chorando, aprontou-se rápido após o seu banho e, antes de Osmar fechar a conta, sugeriu: - A partir de agora Osmar, precisamos dar um tempo entre nós. Vamos continuar nos vendo apenas como bons amigos.

- Como assim? É isso que você quer?

- É o melhor que podemos fazer agora. Não posso continuar nessa situação que, por minha fraqueza, trouxe-me até aqui dois dias após o meu casamento.

- Um casamento de fachada como você mesmo diz. Um casamento para enganar as aparências.

- Isso mesmo. As mesmas aparências que vão mostrar esta aliança de mentira e a barriga de verdade que já vai crescer.

- Mas o anel que lhe dei não é nenhuma mentira. É amor de verdade e quero que continue com ele.

- O amor pode ser de verdade, mas o nosso noivado que ele representa é uma mentira. Mas, mesmo assim, vou continuar usando-o como uma grande lembrança de você.

- Então, o que você está querendo dizer é um adeus? É isso que eu entendi?

- Não é um adeus definitivo. Mas apenas um até logo até o fim da minha gravidez. Logo, logo estarei muito barriguda e o seu interesse vai acabar.

- O interesse por sexo talvez, mas o meu interesse por você jamais. Quero estar por perto sempre que for preciso. Conte comigo.

- Lógico. Continuaremos nos vendo no trabalho, estudando na mesma faculdade e aproveitando suas caronas. Mas lembre-se: agora eu sou uma mulher casada e tenho que ter os meus cuidados.

Os dois saíram e antes de soltar do carro perto de sua casa, Leny despediu-se de Osmar, elogiando-o: - Adorei a sua reação quanto ao registro do nosso filho. Estou orgulhosa de você por essa demonstração de grande caráter. E, após um caloroso beijo, confessou: - Só não sei se esse tempo todo sem namoro vai ser maior que a minha saudade. Mas...

A continuação dessa história será contada no capítulo: “O AMOR EM DOIS MUNDOS“.


  

5 comentários:

  1. 01/06/16 17:00 - ELIE MATHIAS

    LINDA E ENCANTADORA NOVELA.APLAUSOS MIL POETA OLAVO.

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  2. 01/06/16 21:49 - Edna Frigato

    Boa Noite, Poeta Olavo. Mais que um prazer, pra mim é uma honra ter
    sua presença em minha escrivaninha, ter suas ricas observações e
    comentários em minhas postagens. Comentários como o seu além de
    enriquecer a própria obra em questão, incentiva o escritor a querer
    ser cada vez melhores. Não no sentido da vaidade, mas no sentido de
    ter material de qualidade pra apresentar ao leitor. Em meu nome é do
    poeta Renato agradeço mais uma vez.

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  3. Momentos dramáticos para os dois. Muito bem narrada sua história, Poeta. Um belo romance.

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  4. 16/01/17 11:47 - Deyse Felix

    Esse capítulo foi todo bonitinho, mas o que virá depois será bem
    decisivo ou muito desastroso. Já estou a imaginar. Um abração.

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  5. 27/09/17 01:18 - Iolanda Pinheiro

    Esse Osmar é maluco. Vai largar a mulher grávida e com duas filhas
    mais velhas assim?

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